Fisioterapeuta Nayane Cabral

Conquistando a Superação: Decifrando as Dores Persistentes

Sempre me deparo com a indagação: “Por que a minha dor não melhora mesmo fazendo uso de medicação e/ou realizando tratamento fisioterapêutico?”

Primeiro precisamos entender o que é dor. A dor, trata-se de uma experiência sensorial, referente as sensações obtidas pelo nosso corpo, e emocional, relacionada a maneira como o nosso corpo lida com sensações perturbadoras. Assim, uma experiência negativa, traumática, desagradável, aversiva, pode estar associada a um dano real nos tecidos do corpo ou semelhante a um prejuízo em potencial. Ou seja, algo que o nosso cérebro antecipadamente reconheça danoso já pode causar dor. Portanto, a dor também é dependente de memória, de aspectos culturais e psíquicos, associado a dano nos tecidos ou em resposta a uma lesão que quase ocorreu.

Podemos dividir a dor em duas categorias: aguda e crônica. Na dor aguda, menos de um mês de sintoma, o nosso corpo irá atacar o foco doloroso para resolver o problema. Isso ocorre dentro de um tempo habitual, conhecido pela ciência para cada tipo de lesão.  Na dor crônica, mais de um mês de sintoma constante, a “cura” do foco doloroso dura mais que o tempo esperado de recuperação, pois o cérebro continua a disparar as sensações dolorosas. Para você entender melhor, a dor não é produzida pelos tecidos, que podem (ou não) está lesionado. Origina-se no cérebro, frente a uma ameaça a alguma parte do nosso corpo. Um detalhe importante: o cérebro pode estar enganado, ou seja, dispara uma experiência dolorosa, porém, é um alerta falho ou que perdura por muito tempo sem necessidade. Deste modo, você sente dor por mais tempo do que deveria.

A partir desse processo temos que diferenciar a dor aguda da dor crônica, pois, o tratamento difere nos dois casos. Quando a dor crônica é tratada como dor aguda os resultados esperados com o tratamento não acontecem, causando frustração. Na busca incessante pelo o alívio da dor, as pessoas acabam tomando cada vez mais medicamentos, que na maioria das vezes também decepcionam para uma melhora significativa no quadro doloso. Os medicamentos são coadjuvantes no tratamento e a estrela principal é a educação em dor e exercícios físicos programados realizados por fisioterapeuta qualificado.

Portanto, o tratamento fisioterapêutico baseado na prática de exercícios e em educação em dor está no topo da pirâmide de evidência científica para a melhora da dor crônica e reinserção do indivíduo na sua própria vida plenamente. Pois a dor nos limita, nos torna improdutivos, nos afasta de familiares e dos amigos e nos fazer perder o ânimo de executar tarefas simples do dia a dia. O percurso será tortuoso, repleto de altos e baixos, mas é um caminho possível se você for bem orientado e persistente. A vida sem dor é possível, acredite!

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